Um arrojado empreendimento abriu sua franquia em Contagem, na tarde da última terça-feira (1), o Clube de Permuta. O negócio remonta os primórdios das transações comerciais: a troca – ou escambo – puro e simples. Embora seja uma modalidade antiga de transação comercial, ela vem potencializada com novas tecnologias. O lançamento aconteceu no Buffet Alvina Bittencourt e teve a presença do vice-prefeito de Contagem, Ricardo Faria, do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, René Vilela, da secretária municipal de Desenvolvimento Social, Viviane França, entre outras autoridades.
O Clube de Permuta funciona assim: normalmente, se uma empresa gráfica precisar trocar suas mobílias ela vai procurar uma loja de móveis para comprá-los com recursos do seu caixa. Se ela for associada do Clube da Permuta, vai poder encontrar uma mobiliadora que também seja uma associada, e negociar o pagamento desses móveis trocando serviços com ela.
Isso é o básico do conceito, mas o Clube de Permuta vai muito além. “A permuta convencional é uma transação bilateral que envolve dois entes interessados, e tem que acontecer – ou não – no exato momento de uma necessidade. O Clube de Permuta supera isso, porque seu sistema é multilateral. As partes interessadas não sentam com apenas uma pessoa; pelo clube elas ampliam sua possibilidade de negociação”, explicou Leonardo Bortoletto, fundador do clube.
Os associados do Clube de Permuta – que precisam de indicação de outros sócios e ainda passam por análise – têm um limite de crédito aprovado pela plataforma, para que possam negociar com todas as empresas e prestadores de serviços participantes. Assim, a permuta de serviços não precisa necessariamente acontecer entre duas partes diretamente interessadas.
Novamente no exemplo da gráfica, a mobiliadora que forneceu os produtos pode não estar interessada, naquele exato momento, em serviços gráficos, mas em uma reforma do seu prédio. Com o crédito do fornecimento ela pode procurar no Clube de Permutas uma construtora associada e, com isso, encaminhar a troca. “Diferentemente da permuta convencional, o clube articula trocas em outra escala, além de superar limitações da forma convencional de escambo”, destacou Bortoletto.
Se antes a permuta bilateral era feita entre dois envolvidos, a plataforma possibilita a articulação de mais interesses; se as negociações pressupunham apenas interesses mútuos, o clube encadeia transações diferenciadas para a troca; se anteriormente o escambo acontecia em um mesmo momento, o clube possibilita que isso ocorra a uma das partes envolvidas em um momento lhe seja mais conveniente.
Um dos responsáveis pelo Clube de Permuta em Contagem, Ricardo Gontijo, destacou que o Clube de Permuta é uma plataforma de relacionamento que gera negócios àqueles que a integram. “Somos um grupo de relacionamentos, mas também de negócios. Isso ajuda quem precisa comprar e que quer entregar como pagamento o seu serviço ou o seu produto. Isso vale tanto para a indústria, para o setor de serviços, para o setor do comércio, ou seja, todos os setores da economia”.
Além de Gontijo, o empresário Márcio Bernardino também integra a sociedade da franquia no município. Microempreendedores Individuais e pequenas empresas também podem participar. A expectativa para esse ano é movimentar mais de R$ 3 milhões pela plataforma no município. O clube teve início em 2012 e hoje está situado em 22 cidades, em 10 estados brasileiros.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, René Vilela, conclui falando do fomento ao fortalecimento da economia local que a plataforma proporciona. “Como o Clube de Permuta foca as relações de troca na municipalidade, potencializando o relacionamento entre empreendimentos da cidade, o tecido empresarial tende a se qualificar ainda mais, pela cadeia de associações e compartilhamento de problemas e soluções conjuntas. É uma iniciativa muito bem-vinda”, disse.